2 de junho de 2009

Minc quer chegar à menor taxa de desmatamento dos últimos 20 anos

Luana Lourenço 
Repórter da Agência Brasil 


Brasília - O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, disse hoje (2) que o governo vai intensificar as ações de fiscalização e repressão de crimes ambientais na Amazônia para chegar ao “menor desmatamento dos últimos 20 anos”.

Projeções feitas pelo Ministério do Meio Ambiente a partir do desmate medido até agora e baseado no histórico dos números nos últimos anos sugerem que o governo pode cumprir a meta de reduzir o desmatamento de 11,9 mil quilômetros quadrados (Km²) para cerca de 9 mil Km² este ano. Seria a menor taxa registrada desde o início da série histórica do Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), criado em 1988.

Minc comentou os dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que registram o desmate de 197 Km² de floresta em fevereiro, março e abril. Em relação ao mesmo trimestre de 2008, houve queda de 90% no ritmo da devastação. No entanto, a avaliação do Inpe foi comprometida pela grande cobertura de nuvens na região, que atrapalhou a visualização dos satélites no período.

Apesar de reconhecer a interferência das nuvens no levantamento, Minc argumentou que a maior parte da queda se deve a ações de combate e fiscalização, desencadeadas pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), pela Polícia Federal (PF) e pela Força Nacional de Segurança.

“A queda do desmatamento [em relação ao mesmo trimestre de 2008] foi várias vezes maior que o aumento da cobertura de nuvens [no mesmo período]. A explicação para a maior parte da queda foram, sem dúvida, as ações de fiscalização, de restrição ao crédito e acordos firmados com setores, como o da soja e o da madeira”, argumentou.

Em um ano, operações do Ibama e da PF prenderam 224 pessoas, destruíram mais de mil fornos de carvão ilegais, fiscalizaram cerca de 500 serrarias e apreenderam o equivalente a 2,2 mil caminhões de madeira, de acordo com o coordenador geral de Policia Fazendária da PF, Cláudio Gomes.

Nos próximos dois meses, que, segundo Minc, são tradicionalmente “terríveis” para o desmatamento na Amazônia, as operações serão fortalecidas. Atualmente, 300 homens do Ibama atuam em 18 operações em campo na região. Até o dia 15 de junho, parte do contingente da Operação Arco de Fogo (da PF e do Ibama) será deslocado para o Maranhão, que tem registrado aumento nas taxas de desmatamento.

“Vamos cair em cima dos desmatadores. Vai haver uma intensificação brutal das operações em junho e julho”, adiantou.

O ministro afirmou ainda que, nos próximos dias, o governo vai apresentar à Justiça 70 ações civis públicas contra grandes desmatadores. Em ação semelhante em 2008, Minc divulgou uma lista com os 100 maiores desmatadores e causou polêmica interna no governo ao apontar assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como os primeiros do ranking.


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