23 de dezembro de 2009

Volta Redonda/RJ: 31/12 - BÊNÇÃO DAS ÁGUAS PELA PAZ EM 2010

MOVIMENTO RESGATE DA PAZ

Anexo à Cúria Diocesana - VR

Dia 31/12 - 11h, na Beira Rio, na Vila Muri -VR

O Movimento com o apoio da COMISSÃO AMBIENTAL SUL-RJ, realiza 9ª edição da Bênção de final de ano. Desta feita com foco duplo – A crescente violência em VR e necessidade de recuperação da BACIA DO RIO PARAÍBA DO SUL, bem como a ampliação do debate sobre a transposição do rio para São Paulo. Na oportunidade serão apresentados o totalizador da violência e também o déficit de arvores da mata ciliar na extensão das margens do rio Paraíba em VR.O evento contará com presença de lideranças religiosas, políticas e comunitárias. Será um ato ecumênico.

CONCENTRAÇÃO A PARTIR DAS 10:30, PRÓXIMO DO SUPER-MERCADO AVANÇO, na Beira Rio em VR.

Certos da presença. Muita Paz e Feliz Natal!

Volta Redonda, 22 de dezembro de 2009.

Pe. Juarez Carvalho Sampaio

Pároco da cidade de VR e Coord. do Movimento Resgate da Paz,

Apoio CPR-VR


ET. Solicitamos que levem água e protetor para pele.

Contato: 3340 2801

20 de dezembro de 2009

Para que 2010 seja um ano realmente mais legal para todos...

Fábio Yabu é Escritor e desenhista, criador das séries/livros Combo Rangers, Princesas do Mar, Raimundo - Cidadão do Mundo e Apolinário, o Homem-Dicionário.

Este ano resolveu criar seus próprios cartões de Natal para enviar para os amigos. Mas ao invés do tradicional “Feliz Natal e Próspero Ano Novo“, resolveu desejar coisas mais concretas, para que 2010 seja um ano realmente mais legal para todos.






E Fábio ainda deixa o recado:
"Fique à vontade para copiar, enviar para seus amigos, twittar. No meu blog, www.yabu.com.br/blog, você encontra a versão para impressão."

Para melhor visualizar, clique nas imagens para ampliar ou visite o álbum no Flickr.
16 de dezembro de 2009

Programa Florestas de Volta | Volta Redonda/RJ


(clique na imagem para ampliar)
13 de dezembro de 2009

COP 15 é no Twitter! #COP15

No Twitter, na tag #cop15 é possível encontrar todo tipo de informação e opinião sobre a COP-15, 15ª Conferência das Partes realizada pela UNFCCC – Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 7 a 18 de dezembro deste ano, em Copenhague (Dinamarca).
7 de dezembro de 2009

Carta em Defesa das Águas do Rio Paraíba do Sul

Rio Paraíba do Sul em Aparecida (SP)


Comitê das Bacias Hidrográficas do rio Paraíba do Sul, CODIVAP- Consórcio de Desenvolvimento do Vale do Paraíba, Deputados federais e estaduais de São Paulo e Rio de Janeiro, prefeitos, vereadores, partidos políticos, religiosos de diversos credos, entidades empresariais e ambientalistas, associações profissionais e comunitárias reafirmam, neste evento histórico do dia 30 de novembro de 2009, em São José dos Campos, o compromisso com a defesa da preservação e recuperação do rio Paraíba do Sul e seus afluentes e encaminham aos Exmos Governadores de São Paulo- José Serra, Rio de Janeiro- Sérgio Cabral e Minas Gerais- Aécio Neves, as seguintes considerações e reivindicações:

  • Considerando a importância do rio Paraíba do Sul e seus afluentes para o abastecimento de água de 14 milhões de habitantes, incluindo a região metropolitana do Rio de Janeiro;
  • Considerando que as águas armazenadas nas represas de cabeceiras em São Paulo e na represa de Funil/RJ são responsáveis pela garantia de uma vazão de cerca de 250 m³/s em Santa Cecília- Barra do Piraí/RJ, para fins de transposição de 160m³/s para a bacia do rio Guandu/RJ;
  • Considerando que cerca de 80% das águas do rio Guandu são provenientes do rio Paraíba do Sul, garantidas pela transposição;
  • Considerando que a legislação de cobrança pelo uso da água no estado do Rio de Janeiro, destinou apenas 15% do valor arrecadado na bacia do rio Guandu para a bacia do rio Paraíba do Sul;
  • Considerando o uso de cerca de 50 m³/s de água para empurrar a cunha salina na baía de Sepetiba;
  • Considerando os investimentos previstos na bacia do rio Guandu e baía de Sepetiba no Rio de Janeiro com previsão de forte aumento de demanda de água;
  • Considerando que na bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul, nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais há um forte e crescente desenvolvimento econômico e social, cuja sustentabilidade depende da oferta de recursos hídricos;
  • Considerando que parte deste desenvolvimento assenta-se na agricultura irrigada, de tradição centenária no trecho paulista e fruto de pesados investimentos regionais;
  • Considerando que a atual demanda de água, no trecho paulista, estimada para os usos de abastecimento doméstico, industrial e de irrigação, é da ordem de 27m³/s ;
  • Considerando a parcela de água outorgada na bacia para as entidades do setor elétrico;
  • Considerando a recente crise de armazenamento de água na bacia ocorrida entre 2001 e 2004, quando a reserva chegou a 14%;
  • Considerando as precárias condições sanitárias do rio Paraíba do Sul, cujos parâmetros de qualidade não atendem a legislação em vigor;
  • Considerando os investimentos previstos na bacia em decorrência da implantação do TAV, Pré Sal, Porto seco em São José dos Campos, ampliação do Porto de São Sebastião, duplicação da rodovia dos Tamoios;
  • Considerando os estudos em andamento pelo governo do estado de São Paulo, que considera a bacia do rio Paraíba do Sul como eventual doadora de água para contribuir no abastecimento da macrometrópole paulista;
  • Considerando que no estado de São Paulo há outras bacias potencialmente doadoras com maior disponibilidade de água.
Reivindicam:
  • Ao governo do estado de São Paulo, que não utilize as águas da bacia do rio Paraíba do Sul, para transposição, sob o risco de inibir o desenvolvimento regional e comprometer ainda mais a qualidade dos corpos d’água da bacia;
  • Ao governo do estado do Rio de Janeiro, que faça uma revisão urgente do percentual do valor arrecadado na bacia do rio Guandu repassado à bacia hidrográfica do rio Paraíba do Sul;
  • Medidas dos três estados, São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, para o combate às perdas no sistema de captação, adução e distribuição de água;
  • O compromisso dos estados com a continuidade dos investimentos em tratamento de esgotos domésticos na bacia do rio Paraíba do Sul.
São José dos Campos, 30 de novembro de 2009

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5 de dezembro de 2009

A menor orquídea do mundo

Um novo tipo de orquídea, do gênero Platystele, foi descoberto no Equador. A flor, que possui apenas 2,1 milímetros de largura e tem pétalas tão finas que chegam a ser transparentes, está sendo considerada a menor espécie de orquídeas do mundo.

O pesquisador norte-americano Lou Jost encontrou a planta por acidente, em meio às raízes de um vegetal maior que ele coletou na região de Cerro Candelaria, no leste dos Andes. 'Vi aquela plantinha, e concluí que ela era mais interessante do que a orquídea maior', conta.

Esta é a 60ª espécie de orquídea que Jost descobre, em um intervalo de dez anos. 'As pessoas pensam que tudo já foi descoberto, mas ainda há muito mais', afirma o estudioso.

Ao todo, mais de mil tipos de orquídeas foram reveladas nos países da América do Sul nos últimos cem anos.


4 de dezembro de 2009

Conferência do Clima é tema do Edição das Dez - Globo News

Promessas e metas ambiciosas cercam a conferência da ONU sobre mudanças climáticas que começa semana que vem em Copenhague. As grandes potências vão chegar a um consenso sobre a redução na emissão de gases poluentes? E qual o papel do Brasil? Esse é o assunto em debate do Edição das 10h desta sexta-feira (04/12).

Nós vamos conversar com especialistas e com o ministro do meio ambiente, Carlos Minc. Nossos correspondentes também participam do debate.






1 de dezembro de 2009

Rio Paraíba do Sul: Notícias da Transposição

Fonte da Imagem: SOS Rios do Brasil

COMISSÃO AMBIENTAL SUL REÚNE PARLAMENTARES E SOCIEDADE CIVIL PARA DISCUTIR TRANSPOSIÇÃO DO RIO PARAÍBA DO SUL - VALE DO PARAÍBA FLUMINENSE - 01/12/2009

Cerca de 90 de pessoas entre parlamentares, representantes do poder público, da sociedade civil, também da Diocese de Nova Iguaçu-RJ, se reuniram no auditório da Cúria, da Diocese de Barra do Piraí Volta Redonda, com a presença do bispo diocesano Dom João Maria Messi (OSM), a fim de discutir e apresentar propostas concretas de ações em defesa do rio Paraíba do Sul que corre o risco com a segunda transposição.

Dom João Maria Messi abriu o encontro lembrando dos compromissos que cada cidadão precisa se conscientizar e mudar atitudes a respeito da natureza que é de Deus. “Nossa Comissão Ambiental conseguiu ser uma voz na região e agora ganhamos mais uma força em conjunto com o movimento O VALE NÃO ABRE MÃO”. Sem dúvida necessitamos de uma frente que atue em cada cidade, porque só assim conseguiremos barrar ações que não são favoráveis a população”, disse Dom João.

O presidente do Sindicato dos Engenheiros (Senge), João Thomaz apresentou dados sobre o abastecimento das bacias hidrográficas. “São 180 cidades banhadas pelo rio, sendo 88 em Minas Gerais , 53 no Rio de Janeiro e 39 em São Paulo. No quesito indústrias são: 4 mil no Rio, 2 mil em Minas e 3 mil em São Paulo. O esgoto industrial: 2,24 em SP, 11,14 no RJ e 0,27 em MG. Esgoto agrícola: SP 8.03, RJ 17,54 e MG 4,71. São 1 bilhão de litros de esgoto despejados no rio Paraíba do Sul” explicou João, informando que apenas o município de Pindamonhaga (SP) trata 100% do esgoto. “Não sabemos como ele vem suportando, pois está virando uma vala de esgoto, ainda mais com os acidentes com despejos de produtos químicos”, ressaltou João.

O secretário municipal de Volta Redonda, Carlos Paiva disse que o município trata 15% do esgoto, mas vem trabalhando com os recursos do PAC para chegar a 100%.

O debate várias propostas foram apresentadas como atividades com estudantes, capacitar os professores para desenvolverem consciência ambiental, palestras com alunos nas escolas sobre meio ambiente, manifestação, caminhada, ato público em defesa do rio e cobrar a presença do CEIVAP nas reuniões da Comissão Ambiental.

A assessoria de comunicação da diocese participou de um Seminário sobre Gestão das Águas em Igaratá (SP) e apresentou reportagem em vídeo, focando a participação dos estudantes na luta contra a transposição da Represa do Jaguari.

Os compromissos firmados no encontro foram: cobrar posicionamento do Ministério Público Federal em relação ao pedido de esclarecimento do estudo da transposição, participação do CEIVAP nas reuniões e informações mais apuradas dos recursos financeiros e repasses para os municípios.

A próxima Plenária Pública será no dia 15 de dezembro, às 9h, na Cúria Diocesana, e no dia 30/11/09 haverá a Benção pela Paz, às margens do Rio Paraíba na Vila Mury.

Vagner da asessoria de Comunicação da Diocese cf. Site da Diocese– 1/12/09

ET. D. João Messi elogiou a Vereadora Renata Paiva pelas articulações e conclamou os vereadores do Sul Fluminense a seguirem o seu exemplo. Foi aplaudido, pois apenas 3 vereadores estavam no recinto, sendo que são 12 cidades.


EM DEFESA DO RIO PARAÍBA DO SUL - VALE DO PARAÍBA PAULISTA - 30/11/2009

Lideranças políticas e religiosas e representantes de movimentos sócio-ambientais da região do Vale do Paraíba, Litoral Norte, Serra da Mantiqueira e da Região Fluminense-RJ se uniram na noite de ontem. Dia 30/12, no plenário da Câmara de São José para discutir os impactos de uma possível transposição na Bacia do Paraíba. Cerca de 500 pessoas, dentre elas de 45 vereadores e 10 prefeitos da região e também uma comitiva de Volta Redonda, liderada pelo bispo D. João Maria Messi participaram do evento. Presente no encontro, o prefeito de São José, Eduardo Cury (PSDB) afirmou que embora não tenha tido acesso ao estudo, a possibilidade de transpor as águas do Paraíba é equivocada. "Penalizar quem faz o dever de casa é uma atitude equivocada e não resolve o problema da macrometrópole. Em São José estamos fazendo nosso dever de casa e até 2012 estaremos tratando todo o nosso esgoto." Segundo Cury, a retirada de águas do Paraíba podem prejudicar o crescimento da região. Para o prefeito de Jacareí, Hamilton Ribeiro (PT), falta presença esclarecedora do Estado sobre a transposição. "Não percebemos iniciativas do Estado em recuperar a bacia do Tietê. Hoje temos água sobrando, mas nas épocas de estiagem nossa capacidade diminui. Em Jacareí, obras de saneamento em realização vão tratar 70% do esgoto da cidade até 2011." A aliança em prol do Paraíba reuniu ainda os deputados Emanuel Fernandes (PSDB) e Marcelo Ortiz (PV) e os deputados estaduais Carlinhos Almeida (PT), Padre Afonso Lobato (PV) e a deputada Inês Pandelo (PT/RJ). "O problema é iminente e São Paulo tem que arrumar uma alternativa para abastecer a macrometrópole. É preciso tomar uma decisão agora e uma das possibilidades é a de sangrar as águas do Paraíba. Existe água disponível, mas o comprometimento com o Rio de Janeiro impossibilita", disse o deputado Emanuel. Para Carlinhos, o fórum mostrou que há um grande consenso contra uma possível transposição das águas do Paraíba. "O Estado não fez sua lição de casa ao cuidar de seus mananciais, então deve reaproveitar da melhor forma os recursos hídricos que dispõe por meio de leis e medidas administrativas."
28 de novembro de 2009

RECOMENDAMOS: SOS Rios do Brasil - Blog


Acompanhem as imperdíveis atualizações diárias!

Resende, RJ: 07/12 - Palestra "Lixo Mínimo"

(clique para ampliar)
27 de novembro de 2009

Sarkozy propõe verba de rico para proteger floresta

Folha de São Paulo
Foto: Gerard Cerles/France Presse
Cúpula dos países amazônicos sobre o clima termina esvaziada em Manaus

Segundo Lula, EUA e China só começaram a se mexer para evitar fracasso em Copenhague depois que o Brasil apresentou metas

ENVIADA ESPECIAL A MANAUS

Após uma reunião que deveria ter nove presidentes, mas só teve três, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, defendeu que 20% da verba dos países ricos para combater o aquecimento global nos países pobres seja aplicada diretamente na proteção das florestas.

No documento oficial do encontro, a "Declaração de Manaus", os países destacam que "a floresta amazônica é particularmente vulnerável aos efeitos da mudanças do clima". Para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, essa declaração "vai balizar a posição da América do Sul em Copenhague, sem que nenhum dos países abra mão de sua soberania".

Foi uma ressalva interessante, já que as justificativas para a ausência de tantos presidentes foi considerada frágil, deixando a impressão de uma resistência à liderança de Sarkozy e Lula na conferência do clima, como se houvesse divergências entre eles e suspeitas de avanços sobre a soberania de alguns.

Para tentar dissolver a impressão, o terceiro presidente que compareceu, Bharrat Jagdeo, da Guiana, fez rasgados elogios a Lula e agradeceu a sua liderança no processo. Aplaudido, Jagdeo fez um discurso contundente em defesa de que os países ricos financiem a proteção ambiental nos pobres.

"E tem de ser já, não amanhã, não no ano que vem, não em 2020", disse ele, acrescentando que cem países já sofrem as consequências do aquecimento "e eles não podem esperar". Lula também se disse satisfeito com a reversão de expectativa diante da conferência do mês que vem e tentou valorizar o papel do Brasil para o fim da sensação de que Copenhague caminhava para o fracasso.

Segundo ele, foi depois do acordo Brasil-França, e depois que o Brasil apresentou uma proposta concreta de redução de CO2 que os demais países começaram a se mexer. "Uma semana atrás, como vocês estão lembrados, os EUA não tinham um número e a China não tinha um número.

Hoje, o presidente Obama já tem um número. Não é o que eu queria, mas é um número, e a China também tem um número", disse Lula. Mais cedo, durante a inauguração do gasoduto Urucu-Manaus, Lula dissera que os "gringos" vão pagar a conta da preservação da Amazônia e que o Brasil tem o que mostrar no encontro de Copenhague.

"Nós queremos mostrar para os nossos amigos americanos, para os nossos amigos europeus, que aqui no Brasil a gente fala menos e faz mais. A gente não é como aqueles que falam: "Eu mato a cobra e mostro o pau". Ora, quem mata a cobra e mostra o pau não mostrou a cobra morta. Aqui, a gente mata a cobra e mostra a bichinha morta, a gente não mostra indiferença", declarou Lula.

Na sua opinião, "Copenhague vai ser um momento histórico". Mas, ontem, era a visível a frustração com a ausência dos presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, da Colômbia, Álvaro Uribe, do Peru, Alan García, da Bolívia, Evo Morales, do Equador, Rafael Correa, e do Suriname, Ronald Venetiaan. A "Declaração de Manaus", portanto, é um documento de ministros e assessores, mas o chanceler Celso Amorim não vê nada demais: "Eles têm poder plenipotenciário".

Colaborou KÁTIA BRASIL, da Agência Folha em Manaus
25 de novembro de 2009

Desperdício é tema do Edição das Dez - Globo News

O desperdício é o tema do nosso assunto em debate desta sexta-feira (27/11), no Edição das Dez. Alimentos jogados no lixo, luz acessa, equipamentos ligados sem necessidade, água jogada fora. Você vai ver que ações simples podem pesar menos no seu bolso e ainda ajudar o meio ambiente. Nós vamos mostrar exemplos aqui no Brasil e no mundo. Participe e mande suas perguntas!

Artigo: A fonte ameaça secar

O movimento pela culinária responsável
Por Marcelo Szpilman*
Instituto Ecológico Aqualung


Não há dúvidas de que a carne de peixe é uma das melhores, em se tratando da facilidade de digestão e valor nutritivo. Temos também diversas razões gustativas para apreciarmos as lagostas, camarões e mexilhões. Comê-los sempre foi um ato natural e nada antiecológico. No entanto, para que possamos continuar a consumi-los no futuro devemos pensar de forma responsável sobre este assunto. Os oceanos e sua biodiversidade devem ser vistos como uma prioridade na questão da preservação ambiental.


Apesar de a pesca ser uma das mais antigas atividades desenvolvidas pelo homem, parece que todo esse tempo de prática ainda não foi suficiente para evitar que ela seja realizada de forma predatória. Levantamentos recentes indicam que hoje a captura indiscriminada mata e desperdiça entre 18 e 40 milhões de toneladas de peixes, tubarões, tartarugas e mamíferos marinhos todos os anos, o que representa nada mais nada menos do que um terço de toda a pesca mundial. É um crime contra a natureza. Um desperdício inaceitável que ameaça secar a fonte.


A destrutiva combinação sobrepesca-pesca predatória empreendida nas últimas décadas cobrará um alto preço muito em breve. Em muitos casos, o "futuro", um termo bastante usual nos discursos do passado, já chegou. Temos hoje diversas espécies comerciais de pescado ameaçadas de desaparecer. No Brasil, já são 145 espécies de peixes e 12 de
tubarões ameaçadas de extinção e 31 espécies de peixes e 6 de tubarão sobrepescados. Entre as espécies mais ameaçadas, temos o cação-anjo, a raia-viola, o mero, o peixe-serra e o surubim. Dentre os estoques de espécies tradicionais sobrepescados em nosso litoral estão a mangona, o tubarão-martelo, a sardinha, o pargo, a cioba, a tainha, a enchova, o namorado, a corvina, a garoupa, o cherne, a pescadinha, os camarões e as lagostas. E esses números só não são maiores devido à histórica falta de verba para pesquisas em nosso País.


A sobrepesca, que é a pesca feita de foma correta e legal, porém acima do limite que uma espécie tem de se auto-repor na natureza, e a pesca descontrolada são problemas graves, porém mais compreensíveis do ponto de vista histórico. Tradicionalmente, a captura do pescado comercial para a nossa própria alimentação vem sendo empreendida há séculos. No entanto, se já não chegou está chegando ao limite de exploração para algumas espécies. Da mesma forma que o homem percebeu, há milênios, que não conseguiria sobreviver somente coletando e caçando o alimento que a natureza lhe dava e, por isso, passou a desenvolver a agricultura e a pecuária, temos que nos conscientizar de que o mar, apesar de seu tamanho, não é um provedor com recursos inesgotáveis.


Os recursos pesqueiros, ao contrário de outros recursos naturais, podem ser perfeitamente renováveis. O correto gerenciamento de seus estoques deve ser visto como importante ferramenta para o desenvolvimento sustentável do País. Nesse sentido, existem alguns instrumentos que já se mostraram eficientes. O defeso, que é a proibição da pesca na época de reprodução (desova) do animal, e a maricultura, que se constitui na produção controlada de espécies marinhas em áreas confinadas, são, não só soluções para a queda na captura de espécies comerciais, como também formas de preservação dos oceanos.


O exemplo da sardinha-verdadeira é bastante elucidativo. Peixe barato nos anos 70 e 80, alimento farto nas mesas menos favorecidas, a média anual da pesca da sardinha era então de 200 mil toneladas (correspondia a 38% dos peixes pescados anualmente no Brasil). A partir da década de 80, teve início uma queda contínua nos totais capturados. Prevendo que a captura estava além dos limites que permitiriam garantir o equilíbrio entre a atividade pesqueira e a conservação da espécie, a legislação brasileira passou a proteger a reprodução da sardinha através do defeso (de novembro a março e de julho a setembro). No ano mais crítico, em 1990, a captura atingiu 32 mil toneladas. Ainda que o defeso tenha contribuindo na recuperação dos estoques, como demonstra a captura da sardinha em 1997, que atingiu
cerca de 118 mil toneladas, infelizmente a produção tem oscilado muito e a expectativa média atual é de no máximo 30 a 50 mil toneladas/ano.


O defeso demonstrou assim ser um importante instrumento de ordenamento e conservação, permitindo que a pesca continue a ser exercida de forma sustentável. Se no começo os pescadores comerciais reclamavam da medida, logo depois perceberam a importância do defeso para sua atividade e hoje o defendem com unhas e dentes. As lagostas (de janeiro a abril) e os camarões (de dezembro a fevereiro na região Norte e de março a maio nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul) também têm seus períodos de defeso, mas infelizmente
a maioria dos peixes e tubarões, que também precisam de proteção, não têm seus períodos de defeso instituídos por lei. Sem falar, é claro, na proteção ambiental de suas áreas de desova e de berçário.


A noção de pesca predatória que
temos hoje, feita de forma incorreta e ilegal, como a pesca com malha fina, arrastão de fundo ou bomba, pode mudar de acordo com os conceitos da sociedade e de seu tempo. O que hoje é legal amanhã pode não ser. O que é ilegal no Brasil pode não ser em Moçambique. Quem não se lembra do romântico arrastão de praia, muito comum até a década de 80 em quase todo o Brasil? Capturava tudo em seu caminho e o que não prestava ao comércio (grande parte) era deixado na areia para apodrecer. Felizmente, foi erradicado através de uma legislação mais rígida. No entanto, de acordo com o Ibama, órgão responsável pela fiscalização e controle das atividades pesqueiras no Brasil, ainda existe uma quantidade considerável de pescadores trabalhando de forma incorreta e, conseqüentemente, predatória. Mesmo sabendo o quão deletéria pode ser a pesca predatória, também podemos de certo modo compreender que muitas vezes o pescador, sem qualquer outra alternativa, é movido pela fome de sua família.


Também não há mal algum em se comer um suculento filé de cação. Aliás, come-se cação ou tubarão (que é a mesma coisa) há centenas de anos. O problema passa a ocorrer quando o filé vem de espécies que hoje
encontram-se ameaçadas de extinção no mundo todo, como a mangona e o tubarão-martelo. Mas o que é verdadeiramente um absurdo inadmissível é a "perseguição" de determinadas espécies de tubarão para a extração de partes de seu corpo para obter produtos que são supérfluos e os benefícios apregoados são duvidosos e sem nenhuma base científica comprovada. Movida pela ganância humana, é o pior tipo de pesca predatória.


Atualmente, existem dois grandes objetivos na pesca do tubarão. A cartilagem, transformada em cápsulas que os fabricantes apregoam como anti-tumorais, em analogia ao fato do tubarão ser imune ao câncer, e as nadadeiras (muitas vezes extirpadas do animal ainda vivo, que depois é devolvido ao mar para afundar e apodrecer), utilizadas para fazer sopa de barbatana de tubarão, tida como afrodisíaca e símbolo de status na China. Algo semelhante às inúmeras aberrações predatórias e criminosas que vemos ao redor do mundo, especialmente no Oriente, como a "crença" de que partes de animais, como o tigre e o urso, podem curar doenças. Não se pode ameaçar a existência de uma espécie animal ou vegetal em prol da "suposta" melhoria de nossa saúde. Ainda mais dispondo da tecnologia que
temos hoje, capaz de produzir artificialmente as substâncias comprovadamete benéficas.


Mas
será que por reputarem uma irreal imagem de "devoradores de homens" os tubarões não merecem também ser preservados, como os golfinhos e tartarugas? Atualmente, cerca de 100 milhões de tubarões são capturados e mortos a cada ano em todos os mares. Isso representa uma monumental ameaça à sobrevivência dos tubarões e está levando muitas populações de tubarões ao declínio vertiginoso. Cerca de 43% das espécies do litoral brasileiro já estão nas listas de espécies ameaçadas de extinção. Nesse ritmo de consumo insustentável, algumas espécies serão extintas nos próximos anos. Deixar de ver os tubarões como feras assassinas e ter a consciência de que eles exercem um papel crucial na manutenção da saúde e equilíbrio dos ecossistemas marinhos é um importante passo para uma mudança de atitude.


O movimento pela culinária responsável, lançado pelo
Restaurante Carlota, é um claro exemplo dessa mudança de atitude. Devemos entender que muitos dos antigos hábitos de consumo não cabem mais nos tempos atuais. O planeta mudou. O clima mudou. O mundo mudou. Será que você ainda não percebeu? Ou só perceberá quando as sérias conseqüências dos desequilíbrios nos oceanos baterem à sua porta?

*Marcelo Szpilman, Biólogo Marinho formado pela UFRJ, com Pós-Graduação Executiva em Meio Ambiente (MBE) pela COPPE/UFRJ, é autor do livro GUIA AQUALUNG DE PEIXES, editado em 1991, de sua versão ampliada em inglês AQUALUNG GUIDE TO FISHES, editado em 1992, do livro SERES MARINHOS PERIGOSOS, editado em 1998/99, do livro PEIXES MARINHOS DO BRASIL, editado em 2000/01, do livro TUBARÕES NO BRASIL, editado em 2004, e de várias matérias e artigos sobre a natureza, ecologia, evolução e fauna marinha publicados nos últimos anos em diversas revistas e jornais e no Informativo do Instituto. Atualmente, Marcelo Szpilman é diretor do Instituto Ecológico Aqualung, Editor e Redator do Informativo do citado Instituto, diretor do Projeto Tubarões no Brasil (PROTUBA) e membro da Comissão Científica Nacional (COCIEN) da Confederação Brasileira de Pesca e Desportos Subaquáticos (CBPDS).

Projeto Tubarões no Brasil (PROTUBA)
Instituto Ecológico Aqualung
Rua do Russel, 300 / 401, Glória, Rio de Janeiro, RJ. 22210-010
Tels: (21) 2558-3428 ou 2558-3429 ou 2556-5030
Fax: (21) 2556-6006 ou 2556-6021
E-mail:
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Do Twitter

Alguns Tweets e Retweets (RT) recentes pra quem não está no Twitter ou ainda não segue o @infoambiental

RT @pmeioambiente Entrevista: Copenhague e o risco de uma nova guerra fria - Graciela Chichilnisky http://rebia.org.br/sl/2492

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Previsão do tempo será comprometida por derrubada de satélitehttp://migre.me/cshZ

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Reforma de brinquedos é redução de lixo! http://migre.me/criz



Nova espécie de camaleão é descoberta em boca de cobrahttp://migre.me/cmjW

RT @Focoregional Professores vão para a sala de aula em BM para preservar os rios http://bit.ly/5yQQAb

RT @MeioAmbienteMG Bate-papo no Sisema aborda a qualidade de vida sob a ótica da ecologia humana, hoje, às 16h30:http://migre.me/cmcq

“Eu Reciclo São Paulo – Começando pelo meu condomínio”http://migre.me/cm9O

RT @mauj77 Arte, escultura com plantas, árvores e arbustos em Hamamatsu - Topiária em Lost in Japan http://bit.ly/7CFv5k

RT @eco4planet ONU: 200 milhões de pessoas podem migrar até 2050 por conta de mudanças climáticas - http://is.gd/52tme

RT @globalalert Você sabia que se usar menos água quente deixará de emitir 180 kilos de dióxido de carbono por ano?

Desperdício Zero lança a mostra "Nada se Perde, Tudo se Transforma" http://migre.me/ckM7

RT @Focoregional Resende promove programa Resende Saudável contra dengue http://bit.ly/07OSpFt

Eco óculos http://migre.me/cgio dica da @lupecampos.

O reencontro de Sting e Raoni http://migre.me/ceV9


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IMAGENS DE ITATIAIA (RJ) – Desordem urbanahttp://migre.me/cdhD

RT @Publico: Governo inspecciona empresas de resíduos em Dezembro http://tinyurl.com/yze3nls via @Filipa_Gouveia

O Lampião tupinambá http://migre.me/ccXQ via @ma_r

RT @teresacvilela Alunos ficam sem aula no Pará porque barco usado no transporte foi emprestado para festa. http://bit.ly/8f2g7u

Mais um Estado? http://migre.me/c9L0 do @informejb

Dilma já negocia acordo para Copenhague http://migre.me/c9KI do @informejb

A Grande Fraude http://migre.me/c9Ix por @Sen_Cristovam

Que morram as Baleias Azuis e os Cangurus Australianoshttp://migre.me/c9wj Revista @medioparaiba